Cistos de Tarlov
Sobre a Doença
Vamos descrever uma doença que ainda é bem desconhecida. É denominada de “cistos perineurais”, chamada de “cistos de Tarlov” pela pessoa que a descreveu inicialmente. Esses cistos formam-se na raiz nervosa que passa dentro do sacro na região pélvica.
O motivo de seu aparecimento ainda é desconhecido; porém, acredita-se em várias possibilidades e, por vezes, seus portadores nunca manifestarão os sintomas. Esses cistos crescem e aumentam de volume. Chocam-se por pressão contra o canal ósseo do sacro e, com isso, causam muitas dores decorrentes da compressão. Há fortes dores na região lombar e pélvica, acarretando consequências para nádegas, membros inferiores, fraqueza muscular, dificuldades de locomoção, travamento involuntário da coluna, dor ao espirar e tossir e, em casos mais graves, incontinência urinária e fecal, sensação de queimação no cóccix, dor nos órgãos sexuais e região abdominal e, por vezes, náusea e cefaleia, com aumento da pressão do líquido medular.
O diagnóstico, sempre diferencial é, muitas vezes, desconhecido pelos profissionais de saúde e, às vezes, desprezados. A escolha correta são os exames por imagem e a ressonância magnética. Isso é o que define com clareza suas localizações e quantidades, que variam muito de pessoa para pessoa, e isso definirá o grau de sintomatologia e dor do indivíduo.
Tratamento para Cistos de Tarlov
O tratamento torna-se muito difícil e complexo, por não ter uma ação direta; ou seja, é clínico para os sintomas e não curativo, ações medicamentosas para conter a dor quase nunca respondem com satisfação. A abordagem fisioterapêutica é no foco da dor e sintomas com analgesia, mobilizações quando possível, terapias manuais, alongamentos, fortalecimento muscular, tração eletrônica para descompressão quando a dor não for demasiadamente forte e terapia crânio–sacral. As intervenções cirúrgicas são de alta complexidade e realizadas de forma drástica quando o volume e a compressão forem altamente limitantes e sempre deixarão uma sequela funcional com possibilidade de perda de movimento contínuo. Portanto, é uma doença cruel que exige de seu portador mudanças de hábitos e comportamentos e um estilo de vida bem saudável, com ações preventivas sempre. Atividade física contínua, alimentação balanceada, controle do peso, boa postura para sentar e deitar, sessões contínuas de fisioterapia com descompressão vertebral e relaxamento, muito alongamento e controle de evolução do cisto que podem ser feitas por um fisioterapeuta especializado em coluna ou pelo médico.